Até aranha fia
Tecendo ali uma historia
Que desafia
A mosca que sobrevoa
Mesmo temente a deus
Desconfia
E essa mosca sou eu
Preso nas teias do destino
Mas diferente dela
Sobrevivo
As minhas faces cravadas no espelho
Não mais reconheço
Sinto-me como um cão sem dono
Recém fugido do canil
Onde me sobrou apenas
O uivo , a lua e o vento que sopra
Minhas memórias
Espalharam-se no vão das paredes
Nos porta- retratos
Naquele sorriso oco
Que eu não mais me encaixo
Terra... bendita Terra...
Se comi terra quando criança
Foi apenas pra me sentir terrestre
Mas na rua sozinho onde caminho a pensar
Vejo que além de humano, sou pedestre
Um belo desastre natural
Mas se não fosse tão normal
Ser igual ou diferente
Talvez o meu presente fosse o passado
E ao invés de vagar, eu seria crucificado
(Jair Fraga)
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